PF prende 28 e mira 47 aviões e 10 mil cabeças de gado de quadrilha de tráfico internacional


Grupo é acusado de transportar cerca de 9 toneladas de cocaína entre 2017 e 2018

Policial federal vistoria uma das aeronaves que seria utilizada para transportar cocaína para Estados Unidos e Europa DIVULGAÇÃO/PF
POR TIAGO DANTAS
Atualizado: 
SÃO PAULO - Em uma operação policial para atingir as finanças de uma quadrilha internacional de traficantes de drogas, a Justiça Federal de Tocantins autorizou nesta quinta-feira a apreensão de 47 aviões, 10 mil cabeças de gado, o sequestro de 13 fazendas e o bloqueio de contas bancárias que pertenceriam a 100 pessoas ligadas ao grupo criminoso.
Até as 16h, 28 pessoas foram presas, entre elas João Soares Rocha, apontado como chefe da quadrilha. Há, ainda, outros 27 mandados de prisão para cumprir, segundo a Polícia Federal (PF), em sete estados e no Distrito Federal. Seis suspeitos tiveram seus nomes incluídos na difusão vermelha da Interpol, a lista de foragidos internacionais.
Segundo a investigação, entre 2017 e 2018, a quadrilha transportou mais de nove toneladas de cocaína, ao realizar ao menos 23 voos. As aeronaves saiam de países produtores, como Bolívia e Colômbia, paravam em países tidos como intermediários, como Suriname, Guiana, Venezuela e Honduras, e de lá seguiam para os mercados consumidores de Europa e Estados Unidos.
Segundo o delegado regional de investigação e combate ao crime organizado Marcelo Correia Botelho, a quadrilha atuava há pelo menos dez anos. Para esconder suas atividades criminosas, o grupo lavava o dinheiro por meio de criação de gato para engorda, postos de combustível, garimpo, imóveis e revenda das próprias aeronaves.
— A organização tentava mascarar essa atividade ilícita contratando pilotos que também exerciam atividades lícitas, como atividade agropecuária, comercial, recém-formados — disse Botelho.
Aeronaves que, segundo a PF, eram usadas por quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas DIVULGAÇÃO / PF
Embora a PF tenha identificado a ligação desta quadrilha com facções criminosas que atuam no Brasil, o nome desses grupos não foi revelado.
A quadrilha era dividida em quatro níveis. O primeiro, chamado de logístico, era responsável pela contratação de pilotos, escolha de aeronaves e construção de pistas clandestinas.
O segundo grupo, o aeronáutico, além de pilotar os aviões, elaborava planos de voos e rotas que escapavam ao controle dos radares da Aeronautica. No terceiro nível ficavam os mecânicos, que realizavam a manutenção das aeronaves e aumentavam a autonomia dos voos por meio de um sistema de abastecimento durante o voo.
A quarta divisão era a varejista, responsável pelo contato entre produtores e consumidores.
Os investigados devem responder por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.
O nome da operação “FLAK” faz alusão a uma expressão utilizada pelos países aliados durante a Segunda Guerra Mundial para se referirem à artilharia antiaérea alemã.
Quadrilha tinha até submarino
No início do ano passado, enquanto ainda estava investigando o grupo, a PF apreendeu, no Suriname, um submarino que seria utilizado pela quadrilha para transportar drogas entre o país vizinho e a África.
O submarino foi encontrado a cinco quilômetros de uma pista de pouso clandestina onde foram apreendidos 400 quilos de cocaína. A suspeita da polícia é que os criminosos levariam a droga de um dos países produtores até o submarino, onde ela seguiria pelo mar.
— A África é um país intermediário. De lá, a cocaína ia para Europa — disse o delegado Botelho.
A operação desta quinta-feira teve o apoio de autoridades de outros países, como Suriname e Estados Unidos.

Blog do Castro.

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